MOSUL, Iraque (Reuters) - Forças especiais iraquianas continuaram o avanço e alcançaram uma segunda ponte que liga a parte leste à oeste de Mosul, a qual ainda é totalmente controlada pelo Estado Islâmico, de acordo com comunicado nesta sexta-feira.
Tropas mais ao norte, por sua vez, entraram no complexo da Universidade de Mosul, disse um repórter da Reuters. A captura do local ajudaria avanços paralelos em direção às pontes do Rio Tigre.
Unidades de elite do Serviço Antiterrorismo chegaram à segunda ponte, chamada Ponte da Liberdade, uma das cinco que cruzam o rio que reparte Mosul de norte a sul, informou um comunicado militar relatado pela TV estatal.
Forças iraquianas, que agora brigam no leste do Mosul, já alcançaram duas das pontes, após terem aberto caminho para outra, mais ao sul.
Todas as pontes foram alvo de ataques aéreos de uma coalizão liderada pelos Estados Unidos, em um esforço para debilitar a mobilização de militantes do Estado Islâmico pela cidade. Autoridades dos EUA e do Iraque disseram que o Estado Islâmico causou mais danos a pelo menos duas delas, a fim de conter qualquer avanço iraquiano pelo rio.
Forças iraquianas agora controlam a maior parte do leste de Mosul. Incursões no oeste serão possíveis assim que as tropas do governo assegurarem o controle da margem leste do Tigre.
No nordeste da cidade, forças antiterrorismo expulsaram militantes da região da Universidade de Mosul, de acordo com um repórter da Reuters em um distrito vizinho.
Um oficial iraquiano disse que unidades do Exército, apoiadas por ataques aéreos, também haviam tomado o distrito de Hadba, ao norte da universidade, e auxiliariam no avanço sobre o complexo.
A recaptura da universidade seria um ganho importante porque permitiria novos avanços contra os rebeldes, considerando a proximidade com o Tigre, disse um comandante nesta semana.
O grupo radical obteve acesso a materiais nucleares utilizados para pesquisa científica da universidade quando a invadiram em 2014, disseram as Nações Unidas.
A campanha apoiada pelos EUA para expulsar o Estado Islâmico de Mosul, envolvendo 100 mil soldados entre tropas iraquianas, combatentes curdos e milícias xiitas, começou em outubro.
A retomada de Mosul provavelmente significaria o fim da parte iraquiana do autoproclamado califado, declarado pelo grupo em 2014 no norte do Iraque e leste da Síria.
(Por John Davison e Saif Hameed em Bagdá, Isabel Coles em Mosul)