Por Christian Hartmann
PARIS (Reuters) - Dois anos depois que militantes islâmicos mataram 130 pessoas em ataques coordenados em Paris, a França oficialmente pôs fim ao estado de emergência, o substituindo pela introdução de uma nova lei de segurança que críticos afirmam comprometer liberdades civis.
A nova lei antiterrorismo, que entra em vigor nesta quarta-feira, concede à polícia poderes ampliados para realizar buscas em propriedades, conduzir escutas e, até mesmo, fechar mesquitas ou outros locais suspeitos de pregar o ódio.
"Alguns temem que agora que nós estamos fora do estado de emergência pode haver uma queda na vigilância, é o oposto", disse o primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, a repórteres, durante curta visita a policiais trabalhando na Torre Eiffel, em Paris.
"O nível de ameaça é alto em todos os lugares do mundo", disse, se referindo ao ataque de terça-feira em Nova York, onde oito pessoas foram mortas.
A nova legislação transforma algumas das medidas contidas no estado de emergência em lei, embora com algumas modificações.
Uma das medidas permitirá que o Ministério do Interior, sem aprovação de um juiz, monte grandes perímetros de segurança em caso de ameaça identificada, restringindo a movimentação de pessoas e veículos e com o poder de realizar buscas dentro da área.
"A França se tornou tão acostumada ao estado de emergência que agora está introduzindo diversas dessas medidas abusivas na lei comum", disse a organização de direitos humanos Human Rights Watch, antes de o Parlamento aprovar a legislação no mês passado.