Por Kirsty Needham e Michaela Cabrera e Juliette Jabkhiro
SIDNEY/PARIS (Reuters) - O governo francês enviou nesta quinta-feira mais policiais para ilha de Nova Caledônia, no Oceano Pacífico, e afirmou que vai controlar os manifestantes, na esperança de restaurar a ordem na região após três noites de revoltas que deixaram quatro mortos.
Os manifestantes protestam contra uma reforma eleitoral. Eles queimaram lojas, incendiaram carros, saquearam comércios e fizeram barricadas em estradas, causando problemas no acesso a remédios e alimentos na ilha do Pacífico governada pela França, disseram autoridades.
“Tudo está queimando. As pessoas literalmente não têm limites”, afirmou a estudante local Olivia Iloa.
A França declarou estado de emergência na ilha, impôs prisão domiciliar a pelo menos dez pessoas e proibiu o TikTok na região.
O número de policiais e militares na Nova Caledônia passará de 1.700 para 2.700 na noite de sexta-feira, com a assistência de um pequeno número de soldados.
“A situação na Nova Caledônia permanece muito tensa, com saques, confrontos, incêndios, ataques que são inaceitáveis”, afirmou o primeiro-ministro da França, Gabriel Attal.
A revolta ocorreu depois da adoção de um novo projeto de lei em Paris na terça-feira, que permitirá que residentes franceses que vivem na Nova Caledônia há dez anos votem nas eleições provinciais. Alguns líderes locais temem que a medida dilua a força dos votos dos indígenas Kanak.
(Reportagem de Kirsty Needham em Sydney, Dominique Vidalon, Camille Raynaud, Augustin Turpin, Juliette Jabkhiro, Louise Dalmasso, Michaela Cabrera, Elizabeth Pineau, John Irish em Paris, Lucy Craymer em Wellington)