Por John Irish e Elizabeth Pineau
PARIS (Reuters) - A França convocou nesta quarta-feira a embaixadora dos Estados Unidos para explicar as denúncias de espionagem norte-americana sobre autoridades francesas, que foram classificadas pelo presidente francês, François Hollande, como "inaceitáveis".
A mais recente revelação sobre espionagem entre aliados ocidentais surgiu após a descoberta de que a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) tinha espionado a Alemanha e que a própria agência de inteligência alemã BND cooperou com a NSA para espionar autoridades e empresas no resto da Europa.
Hollande realizou uma reunião de emergência com ministros e comandantes militares após as revelações feitas pelo site WikiLeaks, segundo o qual a NSA teria espionado os três últimos presidentes da França. O porta-voz do governo francês, Stephane Le Foll, disse que uma autoridade francesa de inteligência será enviada aos EUA para confirmar que a espionagem acabou.
"A França não vai tolerar ações que ameacem sua segurança e a proteção de seus interesses", disse um comunicado do gabinete presidencial francês, acrescentando que essa não é a primeira vez que surgem denúncias sobre espionagem dos EUA contra interesses da França. "Houve compromissos feitos pelas autoridades dos EUA. Eles precisam ser recordados e rigorosamente respeitados."
O Ministério de Relações Exteriores da França convocou a embaixadora dos EUA para discutir o tema. Após encontro com Hollande, parlamentares disseram que o líder francês informou que vai falar com o presidente dos EUA, Barack Obama, ainda nesta quarta.
A embaixada dos EUA se recusou a comentar o caso. Um comunicado do Conselho de Segurança Nacional dos EUA disse que a comunicação de Hollande não era alvo e não será. O comunicado não disse se houve espionagem no passado.