Por Dante Carrer
MARSH HARBOUR, Bahamas (Reuters) - Os destroços se estendiam por vários quilômetros e inundações cobriam a maior parte das Bahamas, nesta quarta-feira, após a passagem do furacão Dorian, o que o primeiro-ministro do arquipélago descreveu como um dos piores desastres que já atingiram a ilha-nação.
Agentes de emergência lutavam para alcançar as vítimas, e as operações de busca e resgate continuavam nesta quarta-feira – a dimensão dos danos e da crise humanitária ainda está se revelando.
"Estamos no meio de uma das maiores crises nacionais da história do nosso país", disse o premiê, Hubert Minnis, em uma coletiva de imprensa. "Não pouparemos esforços ou recursos".
Na manhã desta quarta-feira, reportagens revelaram que algumas vítimas da tempestade continuam presas em telhados à espera de resgate. O saldo de mortes oficial de sete deve aumentar nos próximos dias.
"Podemos contar que mais mortes serão registradas. Esta é só uma informação preliminar", disse Minnis em uma coletiva de imprensa.
"Marsh Harbor sofreu, eu estimaria, mais de 60 por cento de dano em suas casas", disse, referindo-se ao porto de Great Abaco.
"Mud, até onde sabemos, foi completamente destruída ou dizimada", disse, falando sobre a favela conhecida como Mud e Peas.
Vídeos aéreos da ilha de Great Abaco mostraram quilômetros de bairros inundados, edifícios pulverizados, barcos de cabeça para baixo e contêineres espalhados como brinquedos. As paredes ou tetos de muitos prédios foram arrancados.
"As vítimas estão sendo transportadas em caminhões sem caçamba em toda Abaco", informou uma postagem no Twitter com o apelido @mvp242, descrevendo uma foto borrada de chuva de corpos flácidos espalhados na traseira de um caminhão. Outras mensagens de Twitter disseram que comunidades inteiras foram arrasadas.
Os ventos do Dorian diminuíram para os de uma tempestade de categoria 2 das cinco da escala de ventos Saffir-Simpson, mas o furacão aumentou de tamanho e ganhou velocidade.
Meteorologistas disseram que nesta quarta-feira ele chegará perigosamente perto do litoral leste do Estado norte-americano da Flórida, onde mais de um milhão de pessoas recebeu ordens de retirada.
O Dorian tinha ventos contínuos máximos de 165 quilômetros por hora e seguia para o norte-noroeste a 13 quilômetros por hora cerca de 144 quilômetros a leste de Daytona Beach, na Flórida, informou o Centro Nacional de Furacões (NHC) em um boletim emitido às 5h locais.
"Nesta rota, o centro do furacão Dorian chegará perigosamente perto do litoral leste da Flórida e do litoral da Georgia até está noite", disse o boletim.
(Por Dante Carrer, em Marsh Harbour, Bahamas; Zachary Fagenson, em Jacksonville, Flórida; Gabriella Borter, em Titusville, Flórida; Peter Szekely e Matthew Lavietes, em Nova York; Rich McKay, em Atlanta; Idrees Ali, em Washington; Andrew Hay, em Taos, Novo México; e Rebekah F. Ward, na Cidade do México)