Por David Ljunggren e Sabine Siebold
TORONTO (Reuters) - Ministros das Relações Exteriores do G7 vão criar um grupo de trabalho para estudar o "comportamento nocivo" da Rússia devido à preocupações com as ações de Moscou, afirmou na segunda-feira o chanceler britânico, Boris Johnson.
As tensões com o Ocidente têm aumentado continuamente nos últimos anos, conforme a Rússia se envolveu em conflitos na Síria e na Ucrânia. A Rússia também é acusada por um ataque com agente tóxico contra um ex-espião no Reino Unido no mês passado.
Johnson disse que o G7, que está reunido em Toronto, concordou com a necessidade de ser vigilante sobre a Rússia, que nega envolvimento no ataque.
"O que decidimos ontem foi que íamos criar um grupo do G7 que analisará o comportamento nocivo da Rússia em todas as suas manifestações, seja na guerra cibernética, na desinformação, nas tentativas de assassinato, seja lá o que for", disse ele a repórteres.
O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, disse a jornalistas que o G7 pedirá formalmente a Moscou que contribua para resolver a crise na Síria, onde a Rússia e o Irã estão apoiando o presidente Bashar al-Assad.
Questionado sobre o que trará a declaração final do encontro de dois dias, Maas disse que afirmará novamente "que não haverá solução política na Síria sem a Rússia... e que a Rússia deve contribuir com sua parte para tal solução".
A reunião do G7 é o primeiro encontro de alto nível dos aliados desde que Estados Unidos, França e Reino Unido lançaram 105 mísseis contra instalações de armas químicas na Síria em retaliação a um suspeito ataque de gás venenoso em 7 de abril.
Os países ocidentais culpam Assad pelo ataque que matou dezenas de pessoas. O governo sírio e a Rússia negam envolvimento ou uso de gás venenoso em 7 de abril.
Maas também disse que os líderes da França e da Alemanha farão um apelo ao presidente dos EUA, Donald Trump, para que não se retire de um acordo nuclear com grandes potências.
Trump deu aos signatários europeus do acordo um prazo final de 12 de maio para resolver as "terríveis falhas" do acordo nuclear de 2015, ou ele se recusará a estender o alívio de sanções dos EUA ao Irã.
O acordo oferece alívio a Teerã de sanções em troca de conter seu programa nuclear.
"Nós aceitamos que o comportamento iraniano tenha sido desestabilizador na região, aceitamos que o presidente tenha alguns pontos válidos que precisam ser abordados, mas acreditamos que eles podem de serem abordados (dentro do acordo)", disse Johnson.