DUBAI (Reuters) - Não haverá trégua no Sudão no mês sagrado islâmico do Ramadã, a menos que o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF) deixe as casas e locais de civis, disse o general Yasser al-Atta das Forças Armadas sudanesas neste domingo.
A declaração veio logo após um apelo do Conselho de Segurança das Nações Unidas por uma trégua durante o Ramadã, que começa esta semana. O grupo paramilitar RSF disse que recebeu o pedido de cessar-fogo com satisfação.
A declaração de Atta, divulgada no canal oficial do Exército do Telegram, citou os recentes avanços militares do Exército em Omdurman, parte da capital mais ampla do Sudão.
O comunicado afirmava ainda que não poderia haver um cessar-fogo no período do Ramadã, a menos que a RSF cumprisse o compromisso assumido em maio do ano passado, nas negociações mediadas pela Arábia Saudita e pelos Estados Unidos, em Jeddah, de se retirar da casa dos civis e de instalações públicas.
O texto dizia também que Mohamed Hamdan Dagalo, líder da RSF popularmente conhecido como Hemedti, não deveria ter nenhum cargo no futuro político ou militar do Sudão.
A guerra entre o Exército do Sudão e a RSF começou em meados de abril de 2023, no meio de tensões sobre um plano de transição para um regime civil. As duas facções deram um golpe de Estado em 2021 que atrapalhou uma transição iniciada anteriormente, após a derrubada do ex-líder autocrático Omar al-Bashir, em 2019.
O Exército esteve em desvantagem militar durante grande parte do conflito. A RSF ocupou grandes áreas da capital nos primeiros dias de combates.
(Reportagem de Khalid Abdelaziz, Clauda Tanios e Aidan Lewis)