Por Laila Bassam e Lisa Barrington
ALEPPO, Síria/BEIRUTE (Reuters) - O Exército da Síria e seus aliados estão nos "estágios finais" da recaptura de Aleppo após um avanço repentino que deixou os rebeldes à beira do colapso em um enclave cada vez menor, disse um general sírio nesta segunda-feira.
Um jornalista da Reuters presente na zona controlada pelo governo disse que o bombardeio das áreas rebeladas da cidade continuou sem pausa de domingo para segunda-feira, e um civil aprisionado no local disse que a situação faz pensar no "dia do Juízo Final".
"A batalha no leste de Aleppo deve terminar rapidamente. Eles (rebeldes) não têm muito tempo. Eles têm que se render ou morrer", disse o tenente-general Zaid al-Saleh, chefe do comitê de segurança do governo em Aleppo, aos repórteres em Sheikh Saeed, bairro retomado da cidade.
Os insurgentes recuaram de todos os bairros da margem oriental do rio de Aleppo depois de perderem Sheikh Saeed, situado no sul de seu bolsão de resistência, nos combates ocorridos de domingo para segunda-feira, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
Isso significa que o enclave declinante foi reduzido à metade em somente algumas horas, e o diretor do Observatório, Rami Abdulrahman, descreveu a batalha por Aleppo como tendo chegado ao fim.
"A situação é extremamente difícil hoje", disse Zakaria Malahifji, do grupo rebelde Fastaqim, que luta em Aleppo.
Uma autoridade da Jabha Shamiya, facção opositora também presente na localidade, disse que os insurgentes podem se reposicionar na margem ocidental do rio.
"Espera-se que haja uma nova frente de batalha", disse a autoridade, que tem base na Turquia.
A retirada súbita dos rebeldes representou "um grande colapso na moral terrorista", disse uma fonte militar síria.
Apoiado pela Rússia, o presidente sírio, Bashar al-Assad, está agora prestes a reassumir o controle total de Aleppo, que era a cidade mais populosa do país antes da guerra e que constituiria sua maior conquista até o momento depois de quase seis aos de conflito.
O Ministério da Defesa russo disse que, desde o início da batalha de Aleppo, mais de 2.200 rebeldes se renderam e 100 mil civis partiram de áreas da cidade que eram controladas por militantes.
"As pessoas correm de um bombardeio a outro para escapar da morte e salvar suas almas... é o dia do Juízo Final em Aleppo", disse Abu Amer Iqab, ex-funcionário do governo no bairro de Sukkari, no coração do enclave rebelde.