Por Felix Light e Lucy Papachristou
TBILISI (Reuters) - Os georgianos votam neste sábado em uma eleição parlamentar vista por ambos os lados como uma batalha existencial que vai determinar se o país se aproxima mais do Ocidente ou volta a ficar mais sob influência russa.
O pleito opõe o partido Sonho Georgiano, que está no poder desde 2012, contra quatro blocos representando uma oposição pró-Ocidente. A votação começou à 1h no horário de Brasília e vai até as 13h. Cerca de 3,5 milhões de georgianos estão elegíveis para o voto.
O fundador do Sonho Georgiano, o bilionário recluso e ex-primeiro-ministro Bidzina Ivanishvili, disse que a eleição era "uma escolha muito simples".
"Ou elegemos um governo que serve a vocês, o povo georgiano, ou elegemos um agente de um país estrangeiro que só vai realizar as tarefas de um país estrangeiro", afirmou Ivanishvili, considerado o principal mediador do poder no país, ao votar neste sábado, em Tbilisi.
"Este dia determinará o futuro da Geórgia", afirmou a presidente Salome Zourabichvili, crítica do Sonho Georgiano, mas cujos poderes são majoritariamente cerimoniais, depois de votar na capital.
"Esta noite haverá uma vitória, e essa vitória será da Geórgia, de toda a Geórgia", apontou.
O país, que perdeu porções de seu território para separatistas russos nos anos 1990 e foi derrotado em uma breve invasão da Rússia em 2008, foi por décadas um dos países mais pró-Ocidente advindos da antiga União Soviética.
Mas desde a invasão da Ucrânia em 2022, o Sonho Georgiano voltou definitivamente para a órbita de Moscou, acusando o Ocidente de tentar atraí-la para a guerra. A oposição chama essa reviravolta de traição ao futuro europeu da nação.
Veículos de imprensa simpáticos a ambos os lados publicaram pesquisas conflitantes. Os pró-oposição preveem que o Sonho Georgiano perderá sua maioria, mas quem apoia a legenda afirma que será uma vitória esmagadora.