Por Kathleen Flynn
NOVA ORLEANS (Reuters) - O governador da Louisiana concedeu nesta quarta-feira indulto póstumo a Homer Plessy, o autor de uma ação do caso histórico de 1896 na Suprema Corte dos EUA que sustentou a doutrina "separados, mas iguais" e lançou as bases legais para décadas de segregação racial.
O governador John Bel Edwards, que assinou o indulto em uma cerimônia em Nova Orleans perto do local onde Plessy foi preso em 1892 por andar em um vagão de trem só para brancos, traçou uma linha que vai do caso histórico às desigualdades raciais na sociedade norte-americana atual.
"O toque da minha caneta neste perdão, embora importante, não apaga gerações de dor e discriminação", disse Bel Edwards. "Todos nós podemos reconhecer que temos um longo caminho a percorrer, mas este perdão é um passo na direção certa."
O ato oficial segue decisão unânime de um conselho estadual em novembro de recomendar o idulto a Plessy, que se recusou a sentar-se em um vagão exclusivo para negros, violando uma lei da era Jim Crow destinada a marginalizar os cidadãos negros após o Guerra Civil.
Plessy, um sapateiro que fazia parte de um grupo de direitos civis, foi preso imediatamente. Seu caso foi ouvido na Louisiana pelo juiz John Howard Ferguson, que decidiu contra Plessy, desencadeando uma série de eventos que levou ao caso de 1896 na Suprema Corte.
Descendentes das famílias Plessy e Ferguson estavam no evento. Plessy, que tinha 30 anos na época de sua prisão, se confessou culpado em 1897 após a decisão da Suprema Corte e pagou uma multa de 25 dólares. Ele morreu em 1925.
No caso Plessy vs. Ferguson, os juízes da Suprema Corte decidiram que instalações públicas separadas poderiam ser fornecidas a diferentes grupos raciais, desde que fossem de qualidade igual.
(Reportagem de Nathan Layne em Wilton)