CARACAS (Reuters) - O governo da Venezuela classificou como uma "grande mentira" que uma comitiva de senadores do Brasil teria sido bloqueada e atacada enquanto era transportada em um veículos a Caracas para visitar o opositor Leopoldo López.
Os políticos brasileiros, que chegaram na quinta-feira ao aeroporto internacional de Maiquetía, a cerca de 24 quilômetros de Caracas, denunciaram nas redes sociais que o incidente obrigou-os a voltar ao aeroporto. No fim, a visita não pode se concretizar e eles voltaram a seu país.
Os senadores escreveram no Twitter que sua passagem não foi permitida e que algumas pessoas lançaram pedras contra o miniônibus que os transportaria a Caracas.
"A Venezuela manifesta repúdio à manobra midiática", disse a chancelaria venezuelana em comunicado disponibilizado neste sábado em seu site.
"Grupos da direita nacional e internacional pretenderam construir a partir de mentiras sobre a viagem de um grupo de senadores brasileiros que chegaram ao país com o único propósito de desestabilizar a democracia venezuelana e gerar confusão e o conflito entre países irmãos", acrescentou.
Caracas ressaltou que não negou a permissão de sobrevoo, nem obstruiu a principal via entre o aeroporto e a capital.
A chancelaria explicou que o percurso estava fechado devido a um acidente com um caminhão carregado com substâncias inflamáveis, que inclusive atrasou o percurso de um preso de segurança máxima expulso da Colômbia, supostamente implicado na morte de uma funcionária do canal de televisão Venevisión nos protestos de 2014.
"A terceira grande mentira foi afirmar que a segurança e a integridade física desses senadores... estava comprometida", afirmou o Ministério das Relações Exteriores.
A Venezuela informou que alocou uma equipe especial de segurança à comitiva e reiterou seus "laços e amizade e cooperação com o Brasil".
Diante do incidente, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil convocou na sexta-feira a embaixadora da Venezuela para esclarecer o acontecido.
López, de 44 anos, que tem estado em greve de fome, é acusado de incitar a violência durante os protestos antigovernamentais de 2014 que deixaram 43 mortos.
(Reportagem de Deisy Buitrago)