(Reuters) - O presidente civil de Mianmar, Htin Kyaw, um aliado próximo da líder do governo, Aung San Suu Kyi, autorizou que a polícia prossiga com uma ação contra dois repórteres da Reuters presos sob acusação de violarem a lei de segredos oficiais da era colonial britânica, afirmou um porta-voz graduado do governo.
Os jornalistas Wa Lone, de 31 anos, e Kyaw Soe Oo, de 27, foram presos na noite da última terça-feira após serem convidados para jantar com policiais nas redondezas da maior cidade de Mianmar, Yangon.
"O Ministério de Assuntos Internos já submeteu o caso ao Gabinete do Presidente", disse Zaw Hta, porta-voz de Aung San Suu Kyi, no domingo. Ele acrescentou que o gabinete do presidente aprovou que o caso siga adiante.
Zaw Htay não pôde ser encontrado na segunda-feira para esclarecer se Htin Kyaw ou Suu Kyi estiveram pessoalmente envolvidos com a decisão, ou se outras autoridades assinaram em nome do presidente.
Diversos governos, incluindo os Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, o secretário-geral da ONU, António Guterres, assim como o editor-chefe da Reuters, Stephen J. Adler, e uma série de grupos de direitos humanos e de jornalistas criticaram a prisão como um ataque contra a liberdade de imprensa e pediram que Mianmar liberte os dois repórteres.
(Reportagem de Yimou Lee)