SÃO PAULO (Reuters) - O governo brasileiro considera que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, tomou a decisão "mais correta" ao renunciar nesta terça-feira em meio a um escândalo de corrupção na entidade e defendeu que é momento de aperfeiçoar a gestão do futebol.
"Diante da atual conjuntura, a atitude do presidente da Fifa parece ser a mais correta", disse o ministro do Esporte, George Hilton, em comunicado enviado por email.
"O governo brasileiro mantém seu apoio às investigações e considera que o momento é de oportunidade para aperfeiçoar a gestão do futebol no Brasil e no mundo", acrescentou.
Blatter renunciou ao cargo apenas quatro dias após ser reeleito para um quinto mandato, e disse que uma nova eleição será realizada o mais rápido possível.
A decisão do dirigente ocorre depois de investigação dos Estados Unidos resultar na prisão de dirigentes do esporte, incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin, em Zurique.
A Confederação Brasileira de Futebol afirmou que recebeu a renúncia de Blatter com "surpresa" e que a decisão merece compreensão. "É uma decisão de caráter pessoal e que merece a nossa profunda compreensão", disse a CBF em uma nota curta publicada em seu site.
O atual presidente da CBF, Marco Polo del Nero, voltou da Suíça para o Brasil antes da eleição da Fifa, e disse na última sexta-feira que não renunciaria ao cargo devido ao escândalo de corrupção envolvendo dirigentes da entidade internacional.
Del Nero, que assumiu a presidência da CBF em abril, negou envolvimento em quaisquer das irregularidades investigadas por autoridades norte-americanas.
(Por Tatiana Ramil)