Por Patrick Markey
ARGEL (Reuters) - O governo do Mali e rebeldes liderados pelos tuaregues chegaram a um acordo sobre um cessar-fogo numa cidade estratégica e mais garantias políticas nesta sexta-feira, um passo rumo a um pacto de paz mediado pela Organização das Nações Unidas com objetivo de acabar com décadas de confrontos na região norte que os separatistas chamam de Azawad.
Potências ocidentais pressionam os lados a alcançar um acordo conclusivo no Mali, temendo que a instabilidade contínua permita que militantes islâmicos voltem ao norte, de onde uma intervenção militar francesa os expulsou em 2013.
O governo do Mali aceitou um amplo acordo mediado pela ONU em março, mas a Coordenação dos Movimentos Azawad adiou uma assinatura final, dizendo que o pacto ficou aquém de suas demandas. Enquanto isso, a luta tem persistido na região de vasto deserto.
A implementação de qualquer acordo de paz e de um cessar-fogo será certamente complicada, já que os combatentes em solo estão divididos em várias facções rivais e grupos dissidentes. Militantes islâmicos também têm tentado voltar.
"Há dois textos que vamos assinar hoje, um sobre segurança e um sobre política, que permitirão que a coordenação siga adiante e assine o acordo final, espero que em 20 de junho em Bamako", disse o enviado especial da ONU para a crise no Mali, Mongi Hamdi, à Reuters na cerimônia de assinatura em Argel.
Hamdi disse que o acordo pede um cessar-fogo em Menaka, no norte, e a retirada de grupos armados pró-Bamako da região, que seriam substituídos temporariamente pela segurança da ONU antes de as tropas malinesas serem enviadas para lá.