Por Renee Maltezou e George Georgiopoulos
ATENAS (Reuters) - A Grécia está disposta a fazer concessões para chegar a um acordo com seus credores da União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) que seja aceitável a ambos os lados e está pronta para negociar até o final de junho para alcançar isso, disse o governo nesta segunda-feira.
As declarações tinham um tom mais conciliatório após a rejeição do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, de uma proposta dos credores na semana passada, e sugeriam que Atenas está disposta a fazer concessões apesar da irritação dentro do partido governista, o Syriza, acerca dos cortes de austeridade necessários para assegurar um acordo.
Tsipras classificou na sexta-feira como "absurdos" os termos de credores internacionais para um acordo de dinheiro em troca de reformas com o objetivo de manter a Grécia longe de um default, provocando uma resposta irritada do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.[nL1N0YS0CA][nL1N0YS0EL]
Porém, nesta segunda-feira o porta-voz do governo Gabriel Sakellaridis também deixou aberta a possibilidade de outra extensão do resgate da Grécia, um programa que Tsipras prometeu descartar quando foi eleito neste ano.
"Definitivamente nossa proposta é o ponto de partida", disse Sakellaridis em entrevista à imprensa. "A missão da delegação grega é explorar a possibilidade de uma solução que satisfaça ambos os lados."
Em declarações que pareceram mais conciliatórias do que Tsipras na sexta-feira, ele disse que Atenas busca "ter muitas negociações políticas durante todo esse tempo até o fim do mês para que haja um desfecho positivo".
A extensão original do programa de resgate de 240 bilhões de euros vai acabar no final deste mês. Questionado se uma extensão maior é possível, Sakellaridis disse que todas as questões estão em aberto e sendo discutidas.
O porta-voz também minimizou a possibilidade de convocaruma eleição antecipada, dizendo que isso não faz parte dos planos do governo.
(Reportagem adicional de Karolina Tagaris)