Por Nikolaj Skydsgaard e Johan Ahlander
COPENHAGUE/ESTOCOLMO (Reuters) - Mais exemplares do Alcorão foram queimados na Suécia e na Dinamarca nesta segunda-feira, conforme os governos dos dois países nórdicos disseram que estavam examinando maneiras de limitar legalmente tais atos em uma tentativa de diminuir as crescentes tensões com vários países muçulmanos.
A Dinamarca e a Suécia testemunharam vários protestos nas últimas semanas em que cópias do Alcorão foram queimadas ou danificadas de alguma outra forma, provocando indignação em países muçulmanos, que exigiram que os governos nórdicos parassem com esses atos.
O governo dinamarquês disse no domingo que procuraria encontrar uma "ferramenta legal" que permitisse às autoridades intervir em tais protestos, se considerados como tendo "consequências negativas significativas para a Dinamarca, principalmente no que diz respeito à segurança".
"O fato de estarmos sinalizando na Dinamarca e no exterior que estamos trabalhando nisso ajudará a reduzir os problemas que estamos enfrentando", disse o ministro de Relações Exteriores, Lars Lokke Rasmussen, a jornalistas após uma reunião com os porta-vozes de política externa do Parlamento nesta segunda-feira.
“Não é porque nos sentimos pressionados a fazê-lo, mas é nossa análise política que é do melhor interesse de todos nós”, disse Rasmussen, acrescentando: “Não devemos apenas sentar e esperar que isso exploda."
Mesmo assim, a queima do Alcorão ocorreu em ambos os países nesta segunda. Em Estocolmo, um refugiado iraquiano por trás de vários protestos nas últimas semanas apareceu para queimar uma cópia do Alcorão do lado de fora do Parlamento sueco. Na Dinamarca, manifestantes antimuçulmanos queimaram o Alcorão do lado de fora da embaixada da Arábia Saudita em Copenhague, com vários outros planejados para o final do dia.
Os países nórdicos lamentaram a queima do Alcorão, mas não podem impedi-lo sob as leis constitucionais que protegem a liberdade de expressão.
No entanto, ambos os governos já disseram que estão considerando mudanças legais que permitiriam às autoridades evitar novas situações como essa. Mas partidos de direita em ambos os países denunciaram as iniciativas, com alguns dizendo que a liberdade de expressão não pode ser comprometida.
(Reportagem de Nikolaj Skydsgaard em Copenhague e Johan Ahlander em Estocolmo)