Por Angeliki Koutantou e Renee Maltezou
ATENAS (Reuters) - As equipes de resgate continuaram a escavar neste sábado os escombros no local do pior acidente de trem da Grécia, mas devem encerrar a operação de busca no final do dia.
Pelo menos 57 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas após um trem de passageiros com mais de 350 pessoas a bordo colidir na terça-feira com um trem de carga na mesma linha no centro da Grécia.
O trem, que viajava de Atenas para a cidade de Thessaloniki, no norte, estava lotado de estudantes que voltavam após um feriado prolongado.
O desastre desencadeou manifestação de raiva e protestos em todo o país, bem como um forte foco nos padrões de segurança em todo o sistema ferroviário.
Um chefe de estação na cidade vizinha de Larissa, que estava de serviço no momento do acidente, foi acusado nesta semana de colocar vidas em perigo e interromper o transporte público. O chefe da estação, que não pode ser identificado pela lei grega, compareceu perante um juiz neste sábado.
Seu advogado, Stefanos Pantzartzidis, pediu mais 24 horas para responder às acusações, dizendo que solicitou mais tempo depois que novas informações surgiram sobre o caso.
"Não tínhamos conhecimento disso até recentemente", disse ele, acrescentando que a importância da informação foi tal que um adiamento foi necessário. Ele não foi mais específico.
Do lado de fora do prédio do tribunal, as pessoas colocaram flores e velas.
O governo do primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis relacionou o desastre a um erro humano. Os sindicatos dos trabalhadores ferroviários também dizem que sistemas de segurança deficientes e falta de pessoal são comuns em toda a rede ferroviária.
A polícia disse que 54 corpos de 56 pessoas dadas como desaparecidas por parentes foram identificados até agora - quase todos por testes de DNA, já que o acidente foi muito violento. Um 57º corpo não foi identificado, pois ninguém apareceu até agora para fornecer uma amostra de DNA.
Famílias em luto prometeram buscar justiça.
"É uma situação muito difícil", disse um parente à rádio grega Skai. "Vamos ver como vamos agir (legalmente), não vamos deixar passar nada, a reivindicação das famílias é que não saiam impunes."
O sindicato dos trabalhadores ferroviários realizou greves de 24 horas desde quarta-feira. Eles estenderam a ação trabalhista por 48 horas na sexta-feira, exigindo um cronograma claro do governo para a implementação de protocolos de segurança.