Por Bart H. Meijer
AMSTERDÃ (Reuters) - Escolas de ensino primário ficaram fechadas em toda a Holanda nesta terça-feira, quando milhares de professores entraram em greve pela segunda vez em dois meses para exigir salários maiores e condições de trabalho melhores.
A greve anterior de um dia ocorreu em outubro, quando promessas de financiamento de última hora do governo não bastaram para evitar a maior paralisação de professores holandeses do ensino primário desde os anos 1980.
O primeiro-ministro Mark Rutte lhes ofereceu 700 milhões de euros de fundos adicionais ao longo dos próximos quatro anos, mas os profissionais dizem que precisam do dobro disso para cobrir aumentos salariais e pagar pelo trabalho de assistentes de aula.
A participação na paralisação desta terça-feira nas 100 mil escolas primárias do país pareceu ter sido alta – sindicatos estimaram que cerca de 90 por cento das escolas permaneceram fechadas.
A greve reflete a frustração crescente da força de trabalho holandesa, já que empregados de muitos setores sentem que o crescimento econômico forte não se traduziu em aumentos de salário.
Os professores do ensino primário exigiram uma injeção única de 1,4 bilhão de euros para elevar seus pagamentos ao nível de seus colegas do ensino secundário, que ganham em média 20 por cento a mais.
Para muitos educadores, o confronto com o Estado também diz respeito a uma escassez grave de profissionais, que aumenta sua carga de trabalho.
A Holanda terá uma defasagem de 11 mil professores do ensino primário até 2027, mostraram estimativas do Ministério da Educação no mês passado, e a defasagem salarial relativa a outras profissões deve crescer.