ROMA (Reuters) - "Coliseu Quadrado", um monumento robusto à Itália dos tempos fascistas, está repleto de gente pela primeira vez em seus 70 anos de existência, já que se tornou a nova sede da grife Fendi em Roma.
A estrutura em mármore travertino, conhecida formalmente como "Grande Casa da Civilização Italiana" ou "Grande Casa da Civilização do Trabalho", foi construída pelo ditador Benito Mussolini durante o planejamento de uma Feira Mundial em 1942 que foi cancelada devido à irrupção da Segunda Guerra Mundial.
Abandonada e pouco usada desde então, a imitação racionalista do antigo Coliseu romano hoje abriga 500 funcionários da Fendi e uma exposição de arte gratuita no térreo.
"Estamos abrindo as portas de um edifício que, durante 72 anos, ficou fechado ao mundo e escondendo sua beleza", disse Pietro Beccari, chefe da Fendi, em uma prévia da exposição.
Em um workshop silencioso de paredes brancas no último dos sete andares que assomam sobre o distrito comercial EUR, no sul de Roma, e outrora o grande projeto de Mussolini, a equipe da Fendi mede e corta pedaços de pele.
A empresa fechou um contrato de arrendamento de 15 anos depois das especulações de que poderia comprar a estrutura do proprietário do bairro, que tem controle estatal mas carece de fundos.
Beccari disse acreditar que o governo italiano ficará contente de ter como inquilina uma empresa que já financiou a reforma da Fonte de Trevi e o monumento das Quatro Fontes, no centro da capital.
A Fendi não disse quanto custou converter o prédio da era fascista em um escritório, nem o preço do arrendamento, mas a mídia italiana relatou que o aluguel anual será de cerca de 3 milhões de euros.
(Por Isla Binnie)