NOVA YORK (Reuters) - Com a esperança de obter uma contagem exata de crimes de ódio contra muçulmanos nos Estados Unidos, o Conselho de Relações Islâmico-Americanas (Cair) lançou na sexta-feira um aplicativo para dispositivos móveis que permite que as vítimas denunciem incidentes preconceituosos.
O grupo lançou seu aplicativo Making Democracy Work for Everyone um mês após ter divulgado um aumento de 44 por cento no número de crimes de ódio relatados por muçulmanos dos EUA no ano passado. Preocupado com a possibilidade dos 260 crimes de ódio registrados pelo Cair no ano passado representarem apenas uma fração do total real, o grupo acredita que o aplicativo aumentará as denúncias.
O aplicativo permite que o usuário registre a descrição de um suposto incidente, que será investigado por funcionários do Cair. Se o grupo concluir que o incidente foi resultado de um preconceito religioso, ele será incluindo nos seus relatórios, e se acreditar que o incidente foi criminoso, os detalhes serão compartilhados com a polícia local.
O aplicativo oferece conselhos sobre quais direitos são protegidos pela Constituição dos EUA e contém informações de contato para a sede nacional do Cair em Washington e seções em todo o país.
O grupo retomou este ano o rastreamento de incidentes anti-muçulmanos, após um aumento nos casos de parcialidade no ano passado. Embora tenha ocorrido um aumento nos incidentes anti-muçulmanos antes do impressionante crescimento de Donald Trump nas primárias presidenciais do ano passado e na vitória eleitoral de novembro, a entidade disse que o crescimento dos incidentes de parcialidade se deveu em parte ao foco de Trump nos grupos militantes islâmicos e na retórica anti-imigrante.
Trump disse que suas políticas não refletem a discriminação religiosa, mas sim esforços para melhorar a segurança nacional, após uma série de ataques.
Esta não é a primeira vez que um grupo de defesa dos EUA usa um aplicativo para tentar rastrear incidentes discriminatórios. A Organização de Coalizão Sikh lançou um aplicativo similar em 2012 para reportar incidentes discriminatórios nos aeroportos dos EUA.
(Por Riham Alkousaa)