ATENAS (Reuters) - Às voltas com um acúmulo crescente de refugiados, a Grécia convocou seu embaixador em Viena nesta quinta-feira para protestar contra a decisão da Áustria e de países balcânicos de dificultar a passagem de imigrantes que querem seguir para o norte da Europa.
A medida incomum refletiu a revolta de Atenas por ser excluída de uma reunião de Estados balcânicos em Viena na quarta-feira com o intuito de coordenar as restrições nas fronteiras de toda a região de forma a limitar o fluxo de pessoas.
"A Grécia não irá se tornar um Líbano ou um depósito de almas", disse o ministro da Imigração, Yannis Mouzalas. O Líbano, que tem 4 milhões de habitantes, está abrigando mais de um milhão de refugiados da guerra civil na vizinha Síria.
Autoridades gregas estimaram haver 20 mil refugiados e imigrantes detidos no país como resultado das novas restrições, que tiveram início quando a Áustria anunciou, em 18 de fevereiro, que não permitirá a entrada de mais de 3.200 pessoas por dia e limitará a 80 o número de pedidos de asilo diários.
Os países europeus vêm trocando recriminações enquanto lutam com a pior crise imigratória do continente desde a Segunda Guerra Mundial. Mais de um milhão de pessoas chegaram à Europa em 2015, a maioria fugindo de conflitos em países como Síria, Iraque e Afeganistão, e mais de 100 mil aportaram na Grécia e na Itália só este ano.
(Por Lefteris Papadimas e George Georgiopoulos)