Por Gabriela Baczynska e Tom Körkemeier
AMSTERDÃ (Reuters) - Ministros do Interior da União Europeia instaram a Grécia nesta segunda-feira a fazer mais para controlar o fluxo de entrada de imigrantes, e alguns ameaçaram expulsar o país da cobiçada zona de livre circulação do continente, enquanto a crise aumenta as divisões entre os membros do bloco.
A Grécia foi o principal portão de acesso à Europa para mais de um milhão de refugiados e imigrantes que chegaram à UE no ano passado. Vem sendo criticada por fracassar no controle da entrada de pessoas, que tem mostrado poucos sinais de diminuição durante o inverno na região.
Alguns países membros disseram que Atenas precisa cumprir sua obrigação para aliviar a crise, que levou a zona livre de passaporte de Schengen – louvada por muitos como a maior conquista da integração europeia – à beira do colapso.
"Se não pudermos proteger a fronteira externa da UE, a fronteira greco-turca, então a fronteira externa de Schengen será transferida para o centro da Europa", afirmou a ministra austríaca do Interior, Johanna Mikl-Leitner.
"A Grécia precisa aumentar seus recursos o mais cedo possível e aceitar ajuda", acrescentou.
A União Europeia adotou várias medidas de assistência financeira para a depauperada Atenas lidar com a crise, mas muitos Estados do bloco acreditam que Atenas não está usando o suficiente. De cinco centros de registro que deveriam ser instalados em áreas críticas para recepcionar imigrantes aportando na Grécia, até agora apenas um está em funcionamento.
Assoberbadas com o fluxo, as instâncias gregas de aplicação da lei muitas vezes deixaram os imigrantes seguirem Europa adentro ao invés de mantê-los em seu território para registrá-los adequadamente – o primeiro passo acordado pelos membros da UE antes de se permitir o trânsito de pessoas.
Atenas afirma que os números são impossíveis de se administrar e acusa os outros 27 membros da União Europeia de não oferecerem a ajuda correta e não aceitarem imigrantes saídos da Grécia.
A zona de Schengen é composta por 26 nações, a maioria das quais membros da UE. Alemanha, França, Áustria e Suécia estão entre os vários países que adotaram verificações temporárias em suas divisas para tentar controlar o fluxo de pessoas.
(Reportagem adicional de Alastair Macdonald)