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Guerras vão dominar conversas do G7 enquanto chanceleres buscam caminho para a paz

Publicado 15.04.2024, 15:24
© Reuters. Ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, dá entrevista à Reuters, em Roma
15/04/2024
REUTERS/Guglielmo Mangiapane

Por Crispian Balmer e Angelo Amante

ROMA (Reuters) - Os esforços para acabar com as guerras no Oriente Médio e na Ucrânia dominarão a reunião desta semana dos ministros das Relações Exteriores do G7, disse o principal diplomata da Itália, Antonio Tajani, nesta segunda-feira, com o Ocidente lutando para que sua voz seja ouvida.

Reunidos na pitoresca ilha de Capri de 17 a 19 de abril, os ministros das principais potências ocidentais apresentarão uma frente unida para exigir um cessar-fogo em Gaza e uma diminuição das tensões entre Israel e o Irã.

Os ministros de Estados Unidos, Itália, Alemanha, Japão, França, Reino Unido e Canadá também reiterarão o apoio total à Ucrânia em sua guerra de dois anos contra uma Rússia mais poderosa.

"Não é fácil neste momento. Mas acho que a diplomacia é crucial", disse o ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, à Reuters, antes da reunião de três dias que ele presidirá. "Nossa posição internacional é muito clara... Estamos unidos. Isso é fundamental."

Mas ter uma posição unificada não tem sido suficiente para trazer a paz para a Ucrânia ou para o Oriente Médio.

Os israelenses têm resistido aos repetidos apelos para interromper sua ofensiva em Gaza, enquanto na Ucrânia o ímpeto no campo de batalha mudou a favor da Rússia, com o Ocidente aparentemente incapaz de fornecer a Kiev o armamento de que ela precisa desesperadamente.

Tajani disse que era crucial para a Ucrânia manter os russos à distância, acrescentando que tanto o chefe da Otan, Jens Stoltenberg, quanto o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, estariam em Capri para discutir o conflito.

"Se houver uma derrota da Ucrânia, será impossível chegar a um acordo. A derrota não é uma boa ponte para a paz. Para isso, precisamos apoiar a Ucrânia. Mas o objetivo final é a paz. Paz com justiça. Justiça, Rússia, fora da Ucrânia", disse Tajani, falando em inglês.

DINHEIRO RUSSO

Destacando que o Ocidente sozinho não poderia exercer pressão suficiente sobre a Rússia para acabar com a guerra, Tajani disse que era essencial envolver a China: "Se quisermos alcançar a paz, precisamos também do envolvimento da China. Os chineses são amigos da Rússia", disse ele.

À medida que as finanças da Ucrânia cedem sob o peso da guerra, os Estados Unidos propuseram que o G7 analisasse formas de utilizar cerca de 300 bilhões de dólares de ativos soberanos russos mantidos no Ocidente para ajudar Kiev.

Fontes diplomáticas dizem que EUA, Canadá e Reino Unido querem que os ativos sejam confiscados, mas que as nações da UE estão relutantes em fazê-lo porque isso abriria um precedente legal perigoso.

"Em nível político, não somos contra (isso). Mas acho que precisamos estudar se isso é possível", disse Tajani. "Sem uma base legal, seria um erro seguir em frente."

Espera-se que uma decisão final seja tomada pela cúpula dos líderes do G7 na região sul da Puglia, em junho.

A sessão de abertura da reunião na noite de quarta-feira terá como foco Gaza e Irã, com a situação no Mar Vermelho sendo discutida na manhã de quinta-feira. Antes de se voltarem para a Ucrânia, os ministros analisarão formas de reforçar os laços com a África.

© Reuters. Ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, dá entrevista à Reuters, em Roma
15/04/2024
REUTERS/Guglielmo Mangiapane

Roma fez da África uma prioridade para seu ano à frente da presidência do G7, dizendo que o desenvolvimento do bem-estar econômico em todo o continente é vital para evitar a migração em massa para a Europa nos próximos anos.

"É um grande erro olhar para a África (através) de óculos europeus. Precisamos olhar para a África com óculos africanos. Precisamos trabalhar juntos. Eles são amigos. Eles não estão abaixo de nós", disse Tajani.

A última sessão, na manhã de sexta-feira, está reservada para conversas sobre a Ásia. "Somos a favor do status quo na China, em Taipé (Taiwan). Queremos paz", disse o ministro italiano.

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