Por Brendan O'Brien
(Reuters) - A Universidade de Harvard voltou atrás na nomeação de Chelsea Manning, a soldado norte-americana transgênero condenada por vazar dados confidenciais, como personalidade visitante, depois que dois líderes da comunidade de inteligência dos Estados Unidos se afastaram da instituição em protesto pelo convite.
Em maio, Chelsea, de 29 anos, foi libertada de uma prisão militar do Kansas onde cumpria pena por divulgar segredos ao site WikiLeaks, na maior violação de dados confidenciais da história dos Estados Unidos.
A Escola Harvard Kennedy anunciou na quarta-feira que havia convidado Chelsea para ser uma personalidade visitante e participar de um fórum.
O convite para o fórum ainda está de pé, disse o reitor da Harvard Kennedy, Douglas Elmendorf, em comunicado, mas não como personalidade visitante.
"Eu agora penso que nomear Chelsea Manning como uma personalidade visitante foi um erro, pelo qual eu aceito responsabilidade", disse Elmendorf. "Eu vejo mais claramente agora que muitas pessoas veem o título de personalidade visitante como uma honra, então nós precisamos ponderar essa consideração quando oferecemos convites".
O anúncio veio depois que o diretor da CIA, Mike Pompeo, cancelou um compromisso na universidade na quinta-feira, devido ao convite feito a Chelsea, a quem chamou de "traidora da América", em uma carta explicando sua decisão.
Também na quinta-feira, Michael Morell, ex-vice-diretor e diretor interino da CIA, renunciou ao cargo de membro sênior da universidade, segundo a mídia.
(Reportagem de Brendan O'Brien em Milwaukee)