Por Brendan Pierson
NOVA YORK (Reuters) - O produtor de cinema Harvey Weinstein terá que enfrentar uma ação civil de uma atriz britânica que o acusou de violar leis contra o tráfico sexual ao convidá-la para um quarto de hotel na França e a agredir sexualmente, decidiu um juiz federal nesta terça-feira.
O juiz Robert Sweet, de Manhattan, negou nesta terça-feira uma moção de Weinstein pedindo a rejeição da ação civil, que foi apresentada no ano passado por Kadian Noble. O magistrado disse que, embora o caso "não seja uma ação arquetípica de tráfico sexual, as alegações estabelecem plausivelmente" que Weinstein violou a Lei de Proteção de Vítimas do Tráfico federal.
Os advogados de Weinstein e Kadian não foram encontrados de imediato para comentarem.
Kadian é uma de mais de 70 mulheres, a maioria jovens atrizes e funcionárias da indústria de cinema, que acusaram Weinstein de má conduta sexual, incluindo estupro, em uma série de incidentes que cobrem décadas.
Weinstein, que era uma das figuras mais poderosas de Hollywood antes de as acusações virem à tona em outubro, também enfrenta acusações criminais de estupro e agressão sexual em uma corte estadual de Manhattan devido a alegações feitas por três outras mulheres. Ele disse jamais ter feito sexo não-consensual.
De acordo com a ação civil de Kadian, Weinstein "conseguiu forçar ou coagir Kadian a realizar atividades sexuais em seu quarto de hotel por lhe prometer um papel em um filme e usar influência a seu favor" em Cannes, na França, em 2014.
Os advogados de Weinstein argumentaram que o caso deve ser rejeitado porque as leis de tráfico sexual foram criadas para contemplar atos sexuais "comerciais", o que não inclui o suposto encontro porque Kadia não deu nada de valor.
Eles disseram nos autos que permitir o prosseguimento do caso significaria que a lei cobre "todas as atividades sexuais que ocorrem entre adultos nas quais uma parte tem uma posição superior de poder e influência".