ISTAMBUL (Reuters) - Um dos homens-bomba dos ataques de Bruxelas foi deportado da Turquia duas vezes no ano passado, e as autoridades turcas alertaram seus colegas europeus de que suspeitavam que ele fosse um militante, disseram duas autoridades turcas nesta quinta-feira.
A primeira das fontes disse que a deportação inicial de Ibrahim El Bakraoui, ocorrida em julho passado, se deveu a suspeitas da polícia de que ele era um combatente militante, mas que nenhum crime foi cometido na Turquia, descrevendo sua expulsão como uma "deportação administrativa".
"A polícia estava de olho nele e chegou à conclusão de que ele podia ser um combatente estrangeiro. Ele foi pego em Gaziantep (cidade do sul turco)", disse a autoridade, que pediu para não ser identificada devido à delicadeza do assunto.
Na quarta-feira, o presidente turco, Tayyip Erdogan, disse que Ibrahim El Bakraoui havia sido deportado no dia 14 de julho de 2015, e que subsequentemente a Bélgica ignorou um alerta de que ele era um militante.
Bakraoui é um dos dois irmãos que a Bélgica identificou como responsáveis pelos ataques que mataram pelo menos 31 pessoas em Bruxelas na terça-feira e que foram assumidos pelo Estado Islâmico. Acredita-se que ambos morreram nos atentados.
A segunda autoridade turca disse à Reuters que Bakraoui entrou na Turquia uma segunda vez no dia 11 de agosto pelo aeroporto de Antália, na costa do mar Mediterrâneo, e voltou a ser deportado duas semanas depois, em 25 de agosto.
O funcionário não especificou de onde ele foi deportado na segunda ocasião.
O jornal turco pró-governo Yeni Safak afirmou que a polícia do país deteve Bakraoui por considerar que ele planejava ir a áreas de conflito na Síria.
O jornal disse ainda que seu irmão, Khalid, entrou na Turquia em 4 de novembro de 2014 pelo aeroporto de Ataturk, em Istambul, e que foi monitorado por forças de segurança antes de deixar o país novamente 10 dias mais tarde. Isso ocorreu, segundo a publicação, mais de um ano antes de a Bélgica emitir um mandado de prisão em seu nome.
As autoridades turcas não puderam confirmar de imediato se Khalid também esteve na Turquia.
(Por Humeyra Pamuk)