Por Ayla Jean Yackley e Humeyra Pamuk
ISTAMBUL (Reuters) - O homem-bomba que matou 10 turistas alemães no coração histórico e turístico de Istambul tinha registro junto às autoridades de imigração turcas, mas não integrava qualquer lista conhecida de militantes suspeitos, disse o ministro do Interior da Turquia nesta quarta-feira.
O agressor suicida, um membro do Estado Islâmico apontado como recém-chegado da Síria, detonou a bomba na terça-feira na praça Sultanahmet, perto da Mesquita Azul e da Basílica de Santa Sofia, famosos locais turísticos em uma das cidades mais visitadas do mundo.
Questionado sobre o rumor na mídia turca de que o homem-bomba tinha se registrado no escritório de imigração em Istambul há uma semana, o ministro do Interior, Efkan Ala, confirmou que as impressões digitais do responsável pelo ataque estavam nos arquivos das autoridades turcas.
"Sua avaliação de que as impressões digitais deles foram registradas e há um arquivo dele está correta. Mas ele não estava na lista de suspeitos procurados. E nem na lista de alvos enviadas por outros países", disse Ala em coletiva de imprensa juntamente com seu colega alemão, Thomas de Maiziere.
O jornal turco Haberturk publicou o que parece ser uma imagem do homem-bomba capturada por uma câmera de circuito fechado de TV), identificado em notícias da mídia local como o saudita Nabil Fadli, em um escritório de imigração em Istambul no dia 5 de janeiro.
Segundo o jornal, sua identificação foi feita por meio de uma amostra de um dedo retirado do local da explosão.
O vice-primeiro ministro turco, Numan Kurtulmus, afirmou na terça-feira que o homem-bomba tinha sido identificado a partir de partes do corpo na cena do crime. Ele teria nascido em 1988 e acreditava-se ter vivido na Síria, de onde tinha recentemente entrado na Turquia.
O ministro alemão De Maiziere disse que não há indicações de que alemães tivessem sido deliberadamente escolhidos como alvo, e que ele não via qualquer razão para as pessoas mudarem planos de viagem para a Turquia. Ele disse ainda que a Alemanha está resolutamente ao lado da Turquia na luta contra o terrorismo.
Nesta quarta-feira, segundo reportagens da mídia turca, as autoridades do país prenderam três suspeitos de nacionalidade russa como parte de uma ofensiva contra o Estado Islâmico, mas não estava imediatamente claro se a ação fazia parte da investigação do ataque em Istambul, para o qual ainda não há reivindicação de responsáveis.
O consulado geral da Rússia na cidade mediterrânea de Antalya declarou que os três russos foram detidos por suspeita de conexão com o Estado Islâmico, afirmou a agência de notícias do governo russo RIA.
(Reportagem adicional de Orhan Coskun in Ancara, Michelle Martin em Berlim)