Por Mohammed Ghobari e Mohammed Mukhshaf
CAIRO/ADEN (Reuters) - Militantes houthis no Iêmen aceitaram neste domingo um cessar-fogo humanitário de cinco dias proposto pela adversária Arábia Saudita, mas disseram que vão responder a quaisquer violações.
A vizinha Arábia Saudita disse na sexta-feira que o cessar-fogo poderia começar na terça-feira se a milícia houthi concordasse com a trégua, o que permitiria a entrada de alimentos e suprimentos médicos.
Apoiada pelos Estados Unidos, uma coalizão liderada pela Arábia Saudita vem realizando ataques aéreos contra os houthis e unidades do Exército leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh desde 26 de março, com o objetivo de restaurar o governo do presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi.
O coronel Sharaf Luqman, porta-voz do Exército aliado dos houthis, disse no domingo que as forças iemenitas concordaram com a trégua, mas iriam responder a qualquer ataque dos combatentes pró-Hadi em frentes de batalha presentes em grande parte do país empobrecido.
Os houthis dizem que sua campanha é destinada a derrotar os militantes da Al Qaeda com base no Iêmen e acusam as forças de Hadi de dar apoio ao grupo.
"Qualquer violação do cessar-fogo militar pela Al Qaeda e por aqueles que estão ao seu lado... serão respondidas", disse Luqman em um comunicado publicado pela agência de notícias Saba.
Ataques aéreos árabes e pesados bombardeios no domingo abalaram a cidade de Aden, ao sul, o epicentro dos conflitos por mais de seis semanas, e os combatentes no sul questionam a proposta de trégua.
"Duvidamos que os houthis respeitem um cessar-fogo ou trégua, porque eles têm repetidamente quebrado compromissos políticos que fizeram no passado", disse um miliciano pró-Hadi na cidade à Reuters.
(Reportagem de Noah Browning e Maha El Dahan)