LONDRES (Reuters) - O ator britânico Hugh Grant chegou a um acordo judicial em um caso contra o Mirror Group Newspapers (MGN) após a companhia ter admitido que repórteres de seus três tabloides haviam hackeado a caixa de mensagens telefônicas do ator durante um período de mais de 10 anos para conseguir furos, disse Grant nesta segunda-feira.
Grant, que é conhecido internacionalmente por papéis em filmes como “Quatro Casamentos e um Funeral” e “Um Lugar Chamado Notting Hill”, recebeu indenizações substanciais do MGN e irá doá-las para o grupo Hacked Off, que advoga contra intromissão da imprensa.
Grant é uma das vítimas de mais alto escalão em ataques cibernéticos feitos por repórteres, uma prática que se tornou ampla em alguns competitivos tabloides no Reino Unido, mas que foi exposta durante um grande escândalo em 2011.
A maior parte do foco na época estava no News of the World, um tabloide de propriedade de Rupert Murdoch que o magnata da mídia fechou no auge do escândalo.
Posteriormente, foi descoberto que ataques cibernéticos também haviam acontecido no Sun, outra publicação de Murdoch, e no Daily Mirror, Sunday Mirror e Sunday People, todos da MGN, que é parte da Trinity Mirror.
“Este grupo de jornais enganou o público e seus acionistas por muitos anos; e desapontou seus leitores e seus jornalistas que trabalham duro”, disse Grant em comunicado após seus advogados anunciarem em tribunal que o caso havia sido resolvido por acordo.
“Estes jornalistas pagaram o preço dos erros de executivos que partiram com grandes pagamentos e opções de ações”, disse, citando diversos ex-editores das três publicações da Trinity Mirror.
(Reportagem de Estelle Shirbon)