Por Kanupriya Kapoor
JACARTA (Reuters) - A Indonésia defendeu o uso da pena de morte para traficantes de drogas nesta sexta-feira, poucos dias depois de seu representante ser criticado em uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre narcóticos, citando um aumento agudo na demanda e no consumo no país mais populoso do sudeste da Ásia.
O país vem recebendo críticas de todo o mundo por recorrer à pena capital, mais recentemente em decorrência de execuções de grande repercussão de estrangeiros condenados por tráfico de drogas, incluindo dois brasileiros, apesar dos apelos reiterados de clemência feitos por governos e ativistas internacionais.
"A Indonésia e países de mentalidade semelhante... enfrentam diversos desafios ao lidar com as drogas, e a pena de morte é uma das opções baseada na soberania da lei de cada país", afirmou o Ministério das Relações Exteriores indonésio em um comunicado.
O representante da Indonésia na ONU recebeu críticas quando defendeu o uso da pena capital para crimes relacionados a drogas, dizendo que cabe a cada país decidir por si mesmo.
O presidente indonésio, Joko Widodo, declarou uma "emergência de drogas" na nação de 250 milhões de habitantes, mencionando o fluxo crescente de narcóticos como uma ameaça de segurança tão séria quanto a atuação de militantes.
No ano passado, os brasileiros Rodrigo Gularte e Marco Archer foram executados na Indonésia por tráfico de drogas, após o governo da Indonésia rejeitar os pedidos de clemência do governo brasileiro, o que gerou uma crise diplomática entre os dois países.