PRESEVO/SID, Sérvia (Reuters) - Os imigrantes que tentam atravessar as fronteiras congeladas dos Balcãs rumo à Europa ocidental tiveram de enfrentar temperaturas abaixo de 15 graus Celsius negativos nesta quarta-feira, por estarem visivelmente despreparados para o inverno e os perigos do frio.
Governos e agências de ajuda humanitária colocaram ao longo do percurso tendas aquecidas e mobilizaram trens e ônibus para auxiliar no fluxo de imigrantes, a maioria deles refugiados da guerra na Síria.
Mas números absolutos -embora abaixo do pico do verão de cerca de 10.000 para pouco menos de 2.000 por dia– mostram que muitos passam noites dormindo no chão das tendas.
Um fotógrafo da Reuters viu crianças chorando por causa do frio, enquanto caminhavam ou eram carregadas por vários quilômetros além da fronteira da Macedônia-Sérvia onde havia um ônibus esperando por eles.
A Organização das Nações Unidas (ONU) e agências de ajuda humanitária alertaram na terça-feira que as crianças estavam em risco por falta de roupas adequadas e por falta de alimentação suficiente.
Um porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) disse que o risco de crianças morrendo de frio era "claramente muito, muito alto".
A maioria dos imigrantes usava jaquetas e tênis; alguns tinham chapéus e luvas, e muitos estavam envoltos em cobertores entregues pela Agência da ONU para Refugiados (Acnur).
"É muito frio, mas o que posso fazer? Eu estou usando tudo o que tenho, mas ainda é muito frio", disse um homem de 22 anos de idade na cidade de Sid, na fronteira servo-croata. Ele deu o nome de Amr e disse que era da cidade iraquiana de Faluja, onde os militantes Estado Islâmico têm influência.
(Por Marko Djurica e Aleksandar Vasovic)