Por Bozorgmehr Sharafedin e Sam Wilkin
DUBAI (Reuters) - Autoridades iranianas prenderam dois jornalistas proeminentes nesta segunda-feira, enquanto o chefe do sistema judiciário rejeitou as críticas internacionais relacionadas ao que parece ser uma repressão em curso contra escritores e artistas.
Isa Saharkhiz, um famoso jornalista independente, foi preso pelo Guarda Revolucionária Islâmica sob a acusação de "insultar o Líder Supremo Aiatolá Ali Khamenei, e fazer propaganda contra o regime", disse seu filho, Mehdi, numa entrevista por telefone.
Ehsan Mazandarani, diretor-executivo do jornal Farikhtegan, foi preso sob acusações de ameaça à segurança, disse a agência de notícias Tasnim, que é ligada à Guarda Revolucionária. Funcionários do jornal confirmaram a prisão à Reuters.
A Guarda responde diretamente a Khamenei e não deve satisfações ao governo, operando junto com o judiciário conservador na luta contra o que consideram ameaças internas à República Islâmica.
As prisões ocorreram após dois poetas iranianos e um cineasta serem condenados a longas sentenças de prisão e a levar chicotadas no mês passado, acusados de "insultar santidades e fazer propaganda contra o Estado", entre outras denúncias.
O cineasta Keywan Karimi foi condenado a seis anos de prisão e 223 chicotadas, e os poetas Fatameh Ekhtesari e Mehdi Mousavi foram condenados a 11,5 anos e nove anos de prisão, respectivamente, além de 99 chicotadas cada.
No domingo, o Centro Americano PEN, um organização que advoga a favor de escritores perseguidos por causa de seu trabalho, enviou uma carta a Khamenei pedindo a ele que torne sem efeito as sentenças contra os poetas.