(Reuters) - O Irã condenou veementemente neste sábado um pedido da França, da Alemanha e do Reino Unido para que a Organização das Nações Unidas investigue as acusações de que a Rússia usou drones de origem iraniana para atacar a Ucrânia, disse o Ministério das Relações Exteriores iraniano.
Teerã nega ter fornecido drones para Moscou na guerra da Ucrânia.
Em discurso neste sábado, o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, adotou um tom desafiador sobre as vendas militares iranianas em geral, dizendo que o país agora é um potencial popular exportador de armas.
Ele disse que durante suas recentes viagens ao exterior, incluindo Nova York, onde participou da Assembleia Geral das Nações Unidas, "as pessoas vieram até mim pedindo que nós vendêssemos a eles produtos militares. 'Por que nós?', perguntei a eles, 'há tantos outros países...'. Eles disseram 'porque os seus são melhores'."
Ele não especificou o tipo de armas que lhe pediram para vender ou quem o abordou.
Isso, disse ele, irritou os inimigos do Irã que "não querem que cresçamos... para conquistarmos mercados".
"Deixe o inimigo ficar raivoso e morrer de raiva", disse Raisi.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani, disse que o pedido de sexta-feira pelo chamado grupo de países E-3 é "falso e infundado" e que foi "fortemente rejeitado e condenado".
A Ucrânia diz que a Rússia usou drones de ataque Shahed-136, de fabricação iraniana, que navegam em direção ao alvo e explodem com o impacto.
"O governo da República Islâmica do Irã, em sua busca por proteger seu interesse nacional e garantir os direitos do nobre povo iraniano, reserva-se o direito de responder a qualquer ação irresponsável", disse Kanaani, segundo o site do Ministério das Relações Exteriores do país.
"(O governo) não hesitará em defender os interesses do povo iraniano", disse ele, sem dar mais detalhes.
Em uma carta assinada por seus enviados da ONU e vista pela Reuters, os três países europeus apoiam o pedido da Ucrânia na segunda-feira por uma investigação da ONU, argumentando que o uso de drones viola a Resolução 2231 do Conselho de Segurança das Nações Unidas (UNSCR) endossando o acordo nuclear de 2015 com o Irã.