DUBAI (Reuters) - O Irã confirmou nesta terça-feira que deteve a acadêmica franco-iraniana Fariba Adelkhah, mas não quis dar mais nenhum detalhe, um dia depois de Paris exigir informações sobre seu caso.
Na segunda-feira, o presidente da França, Emmanuel Macron, disse estar preocupado com a prisão da antropóloga de 60 anos, um incidente que complica os esforços franceses para acabar com as tensões na região.
"Esta pessoa foi detida recentemente... mas devido à natureza do caso, este não é o momento apropriado para dar qualquer informação a respeito", disse o porta-voz do Judiciário iraniano, Gholamhossein Esmaili, em uma transmissão ao vivo no site do Judiciário.
"Informações mais transparentes serão providenciadas à medida que o caso progredir", disse Esmaili.
Fariba, bolsista sênior de pesquisa na universidade Sciences Po de Paris, foi presa em junho pela Guarda Revolucionária do Irã, relatou o site de notícias IranWire no domingo, citando fontes não identificadas.
O Ministério das Relações Exteriores francês exigiu acesso consular a Fariba "sem demora" na segunda-feira, mas não houve reação pública imediata de Teerã.
Ativistas de direitos humanos acusam o Irã de ter prendido vários compatriotas com dupla cidadania para tentar obter concessões de outros países -- uma acusação que a República Islâmica rejeita com frequência.
A prisão de Fariba coincide com o momento em que a França e outras potências europeias estão em um impasse internacional em relação ao acordo nuclear firmado com o Irã em 2015, que os Estados Unidos abandonaram no ano passado.
Paris e outros signatários europeus disseram que querem salvar o acordo --mediante o qual Teerã usufrui de um relaxamento de sanções em troca de limites em suas atividades nucleares-- e defenderam mais diplomacia para amenizar as tensões.
(Redação Dubai)