(Reuters) - O Irã identificou neste sábado um homem, procurado pelo governo, que teria conexão com a recente explosão e queda de energia na principal usina nuclear do país, Natanz, enquanto as negociações em Viena para tentar salvar o acordo nuclear de Teerã com as potências mundiais prosseguem.
"Reza Karimi, o perpetrador por trás desta sabotagem... foi identificado" pelo ministério de inteligência do Irã, disse a TV estatal do país.
O veículo ainda disse que o suspeito fugiu do Irã antes da explosão do último domingo que a República Islâmica havia atribuído ao seu arquiinimigo Israel.
Membros de governos que também fazem parte do acordo nuclear com o Irã iniciaram uma reunião formal em Viena na quinta-feira, o que sugere que a rodada de negociações já está caminhando para os finalmentes.
A televisão mostrou o que alegou ser uma fotografia do suspeito do crime em um cartão vermelho que tinha "Procurado pela Interpol" escrito. O cartão listava sua idade como tendo 43 anos.
"Estão em curso os passos necessários para a sua detenção e regresso ao país pelos canais legais”, acrescentou o relatório.
A TV estatal também exibiu filmagens do que disse serem centrífugas que substituíram aquelas danificadas na explosão da usina de enriquecimento de urânio de Natanz.
E acrescentou que "um grande número" de centrífugas cuja atividade de enriquecimento havia sido interrompida pela explosão já voltaram ao serviço normal.
O Irã e as potências globais estão se reunindo em Viena para tentar resgatar o acordo nuclear de 2015, abandonado por Washington há três anos.
As negociações são potencialmente complicadas pela decisão de Teerã de aumentar o enriquecimento de urânio e o que chamou de sabotagem israelense na instalação nuclear de Natanz.
Enquanto isso, uma fonte, fazendo eco à posição do líder supremo aiatolá Ali Khamenei, reiterou a exigência do Irã para a remoção de todas as sanções impostas pelo ex-presidente Donald Trump.
"Em Teerã, nada será aceito, exceto a remoção de todas as sanções, incluindo aquelas relacionadas ao JCPOA (acordo nuclear), reimpostas e renomeadas durante a era Trump", disse a fonte não identificada à estatal iraniana Press TV.
A mídia israelense citou fontes de inteligência não identificadas ao alegar que foi o serviço de espionagem do país, Mossad, quem realizou a operação de sabotagem de Natanz.
Israel --amplamente considerado o único país do Oriente Médio com arsenal nuclear-- não comentou formalmente o incidente.
(Por Mark Heinrich e Christina Fincher)