DUBAI (Reuters) - O Irã manterá as câmeras do órgão de vigilância nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) desligadas até que um acordo nuclear de 2015 seja restaurado, disse o chefe da Organização de Energia Atômica do país nesta segunda-feira, informou a agência de notícias semioficial Tasnim.
O Irã informou à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que removeu equipamentos da AIEA, incluindo 27 câmeras instaladas sob o pacto de 2015 com potências mundiais, depois que a agência aprovou uma resolução criticando Teerã em junho.
"Não ligaremos as câmeras da AIEA até que o outro lado retorne ao acordo nuclear", disse o chefe nuclear iraniano, Mohammad Eslami.
O pacto nuclear de 2015 impôs restrições às atividades nucleares do Irã em troca do levantamento de sanções internacionais. O então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou os Estados Unidos do acordo em 2018, reimpondo duras sanções econômicas a Teerã.
Os clérigos governantes do Irã responderam violando as restrições nucleares do pacto.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani, acusou na segunda-feira o chefe da AIEA, Rafael Grossi, de ter "visões não profissionais, injustas e não construtivas" sobre o programa nuclear de Teerã.
Ele acrescentou que Teerã espera que uma retomada ao acordo nuclear possa ser alcançada em breve, caso os Estados Unidos demonstrem boa vontade.