VIENA (Reuters) - O Irã ainda não respondeu a questões específicas com potencial de aumentar suspeitas de que estaria pesquisando bombas atômicas, segundo o relatório de agência de fiscalização da ONU divulgado nesta quinta-feira, que pode complicar esforços de seis nações para chegar a um acordo sobre a questão nuclear com Teerã.
Negociadores do Irã e dos Estados Unidos vão voltar a conversar sobre o programa nuclear iraniano em Genebra, na sexta-feira, para aparar arestas no impasse que já dura 12 anos, informou a agência estatal iraniana de notícias Irna, nesta quinta-feira.
O relatório confidencial da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), obtido pela Reuters, diz que o Irã segue retendo cooperação plena em duas áreas em uma investigação da AIEA que deveria ter sido entregue em agosto do último ano.
"Irã não nos forneceu nenhuma explicação que possibilite à agência esclarecer medidas práticas consistentes", disse a AIEA, referindo-se às alegações de testes explosivos e outras atividades que poderiam ser usadas para desenvolver bombas nucleares.
Diplomatas ocidentais viram o bloqueio como um indicador da falta de vontade iraniana de cooperação total até que sanções sejam suspensas em conversas com os EUA, Rússia, China, França, Alemanha e Grã-Bretanha.
O documento da AIEA sobre a investigação da ONU, que ocorre concomitantemente às conversas das grandes potências, foi divulgado a Estados membros da AIEA apenas semanas antes do fim do prazo, no final de março, para um acordo entre Irã e as potências.
Os países se comprometeram com um prazo até 30 de junho para um acordo final. O Irã nega qualquer intenção em buscar armas atômicas, dizendo que o programa nuclear é destinado somente a gerar energia elétrica.
(Reportagem de Shadia Nasralla)