Por Maayan Lubell, Maya Gebeily e Laila Bassam
JERUSALÉM/BEIRUTE, 26 Nov (Reuters) - Israel intensificou os ataques aéreos em Beirute nesta terça-feira, enquanto seu gabinete de segurança discutia um acordo de cessar-fogo no Líbano com seus inimigos do Hezbollah, que pode entrar em vigor já na quarta-feira.
Uma autoridade de alto escalão israelense e o ministro das Relações Exteriores do Líbano, Abdallah Bou Habib, pareciam otimistas quanto à possibilidade de um acordo, abrindo caminho para o fim de um conflito que matou milhares de pessoas desde que foi deflagrado pela guerra de Gaza no ano passado.
Apesar da possibilidade de um avanço diplomático iminente, as hostilidades continuaram conforme Israel aumentava drasticamente sua campanha de ataques aéreos em Beirute e em outras partes do Líbano, com as autoridades de saúde relatando pelo menos 18 mortos.
Um membro do Parlamento do Hezbollah no Líbano, Hassan Fadlallah, disse que o país enfrenta "horas perigosas e delicadas" durante a espera por um possível anúncio de cessar-fogo.
Com a reunião do gabinete de segurança de Israel para discutir o acordo, que uma autoridade sênior israelense disse que provavelmente seria aprovado, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que ele falaria na noite de terça-feira no horário local.
A aprovação israelense do acordo abriria caminho para uma declaração de cessar-fogo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e do presidente da França, Emmanuel Macron, disseram quatro fontes libanesas seniores à Reuters na segunda-feira.
O cessar-fogo poderia entrar em vigor na manhã de quarta-feira, dando início a uma trégua de 60 dias, declarou um diplomata ocidental.
No entanto, não havia indicação de que uma trégua no Líbano apressaria um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns na devastada Gaza, onde Israel está lutando contra o grupo militante palestino Hamas.
O acordo exige que as tropas israelenses se retirem do sul do Líbano e que o Exército libanês se desloque para a região, segundo as autoridades. O Hezbollah encerraria sua presença armada ao longo da fronteira ao sul do rio Litani.
ATAQUES
Aviões de guerra israelenses lançaram repetidos ataques em Beirute durante toda a terça-feira, principalmente nos subúrbios do sul, que são um reduto do Hezbollah, apoiado pelo Irã.
Um único grupo de ataques em Beirute, que, segundo os militares israelenses, incluiu ataques a 20 alvos em apenas 120 segundos, matou pelo menos sete pessoas e feriu 37, informou o Ministério da Saúde do Líbano.
Israel também avisou com antecedência, pela primeira vez, sobre ataques na área central de Beirute, uma escalada significativa de sua campanha na capital que provocou pânico entre os moradores, com alguns fugindo para o norte.
Os ataques também tiveram como alvo Tiro, no sul, e Baalbek, no leste.
O porta-voz militar israelense Avichay Adraee disse que a Força Aérea estava realizando um "ataque generalizado" contra alvos do Hezbollah em toda a cidade.
O Hezbollah manteve os disparos de foguetes contra Israel e já havia dito anteriormente que responderia aos ataques ao centro de Beirute disparando foguetes contra Tel Aviv. Sirenes soaram no norte de Israel e os militares israelenses disseram que cinco projéteis foram identificados vindos do Líbano.