Por Jonathan Saul
JERUSALÉM (Reuters) - As forças de segurança de Israel prenderam sete moradores de Jerusalém sob a alegação de que eles planejavam assassinar autoridades israelenses e realizar outros ataques em nome do serviço de inteligência do Irã, disseram o Shin Bet e a polícia nesta terça-feira.
É o quinto caso envolvendo tentativas de assassinatos dirigidos pela inteligência iraniana que foram frustradas pelos serviços de segurança israelenses no mês passado, segundo um comunicado conjunto da polícia e do Shin Bet, a agência de segurança interna de Israel.
Os sete suspeitos, moradores do bairro predominantemente palestino de Beit Safafa, em Jerusalém, planejavam executar o assassinato de um cientista israelense graduado e do prefeito de uma grande cidade de Israel, que não teve o nome revelado, de acordo com o comunicado.
"Cientistas e prefeitos, além de membros do alto escalão do sistema de segurança e outras autoridades israelenses de alto escalão, são alvos de ataques de elementos iranianos", disse uma fonte graduada do Shin Bet, citando informações dos serviços de segurança.
O Ministério das Relações Exteriores do Irã não estava disponível para comentar o assunto em um primeiro momento nesta terça-feira.
A investigação dos serviços de segurança também estabeleceu que os suspeitos foram encarregados de explodir um veículo da polícia e jogar uma granada em uma casa com a promessa de receber 200.000 shekels, disse o comunicado.
Um dos suspeitos, um jovem de 23 anos, estava em contato com uma entidade estrangeira. Posteriormente, o indivíduo recrutou um grupo de auxiliares que incendiaram um veículo em Jerusalém, picharam vários locais e reuniram informações em Israel sob a orientação de autoridades iranianas no exterior.
Durante uma busca nas casas dos suspeitos, as forças de segurança encontraram 50.000 shekels (equivalente a 13.240 dólares) em dinheiro, uma placa de carro de polícia falsa e vários cartões de crédito.
A detenção deles foi prorrogada até 24 de outubro e espera-se que o gabinete do promotor do distrito de Jerusalém apresente uma acusação por "sérios delitos de segurança", disse o comunicado.
Na segunda-feira, os serviços de segurança de Israel disseram que desarticularam uma rede de espionagem que coletava informações para a inteligência iraniana, após a prisão, em setembro, de um cidadão israelense suspeito de envolvimento em um plano de assassinato apoiado pelo Irã contra pessoas importantes, incluindo o primeiro-ministro.
Israel tem um longo histórico de operações de inteligência no Irã, supostamente incluindo o assassinato, em julho, de Ismail Haniyeh, líder político do grupo islâmico palestino Hamas, em uma pousada estatal em Teerã. Israel não reivindicou responsabilidade por esse assassinato.
(Reportagem de Jonathan Saul, em Jerusalém, reportagem adicional de Parisa Hafezi, em Dubai)