Por Nidal al-Mughrabi
GAZA (Reuters) - Israel permitiu que bens comerciais voltem a entrar na Faixa de Gaza nesta quarta-feira, em um sinal de relaxamento nas tensões no momento em que o vizinho Egito busca um cessar-fogo de longo prazo entre Israel e o Hamas, a facção armada dominante no enclave palestino.
Mas a perspectiva de um acordo entre Israel e o grupo islâmico faz o governo de direita do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, temer que o Hamas tire proveito de qualquer pausa nos combates para recompor seu arsenal de foguetes.
Na passagem comercial israelense de Kerem Shalom, remessas de frutas, vegetais, combustível e material de construção entraram no território de dois milhões de habitantes na manhã desta quarta-feira, disse uma equipe de câmeras da Reuters.
Na terça-feira Israel anunciou a suspensão da proibição de bens comerciais que impôs em 9 de julho em reação aos lançamentos palestinos de balões incendiários através da fronteira.
Nos últimos dias houve menos relatos de tais incidentes, que queimaram grandes trechos de terras de cultivo e florestas no sul israelense.
O Estado judeu também ampliou a zona de pesca de Gaza em águas sujeitas a um bloqueio naval israelense -- entre 3 e 9 milhas náuticas no litoral sul e seis milhas náuticas no norte, disse o chefe do sindicato de pescadores de Gaza.
Os acordos de paz provisórios de Oslo, firmados no início dos anos 1990, estabeleceram um limite de 20 milhas náuticas que jamais foi implantado. Desde então a extensão da zona de pesca tem variado entre 3 e 6 milhas náuticas.
"Agora esperamos pegar bastante coisa em nove milhas náuticas", disse Khader Baker, de 25 anos, que tem dois barcos de pesca. "Quase não havia peixe dentro de três milhas náuticas. Quase passávamos fome".
Restrições anteriores à importação de bens comerciais que Israel diz também poderem ser usados para fins militares continuam em vigor, disse uma autoridade de fronteira palestina, acrescentando que elas incluem balões e pneus.