Por Angelo Amante e Crispian Balmer
ROMA (Reuters) - O Parlamento italiano fracassou na tentativa de eleger um novo presidente nesta quinta-feira pelo quarto dia consecutivo, com os principais blocos políticos se debatendo em seus esforços para encontrar um candidato que seja amplamente aceito para o poderoso cargo.
Nem o bloco de centro-direita nem o bloco de centro-esquerda apresentaram nomes para a votação de quinta-feira, após vários partidos rejeitarem uma série de postulantes, abrindo caminho para discussões intensas nos bastidores nas próximas horas.
"Estamos diante da escolha mais importante dos próximos sete anos. Parece normal para você ver os tipos de jogos que estamos testemunhando nos últimos quatro dias?", disse o ex-primeiro-ministro Matteo Renzi. "Eu acho isso escandaloso."
O primeiro-ministro Mario Draghi continua na disputa pela posição, mas suas perspectivas diminuíram nesta semana, com muitos parlamentares claramente relutantes em apoiá-lo, em parte por temerem que qualquer mudança no governo possa provocar uma eleição antecipada.
Diferentemente de Estados Unidos ou França, onde os presidentes são eleitos pelo voto popular, na Itália, cerca de 1.009 parlamentares e representantes regionais escolhem o chefe de Estado em uma votação secreta, que muitos líderes partidários têm dificuldades para controlar.
Algumas concessões são inevitáveis no fragmentado Parlamento, onde nenhum dos blocos principais detém a maioria.
A solução mais fácil seria que o presidente Sergio Mattarella aceitasse um segundo mandato. Ele já descartou a possibilidade, mas o apoio a ele continua crescendo nas votações diárias, sugerindo que muitos parlamentares querem que ele mude de ideia.
Na quinta-feira, Mattarella obteve mais de 160 votos, após garantir 125 na quarta-feira.
(Reportagem de Angelo Amante e Giulia Segreti)