Por Angelo Amante
ROMA (Reuters) - O governo italiano está planejando uma possível retirada em massa de dezenas de milhares de pessoas que vivem ao redor do supervulcão Campi Flegrei, perto de Nápoles, disseram autoridades nesta quinta-feira.
As novas medidas, que incluem um esquema para verificar a resistência dos edifícios na área após meses de repetidos terremotos, serão discutidas numa reunião de gabinete no final do dia, informou um comunicado do governo.
Campi Flegrei, ou Campos Flégreos, termo derivado da palavra grega para "queimar", fica a cerca de 20 km de Nápoles e é pontilhada por cidades e vilarejos, incluindo Pozzuoli, Agnano e Bacoli, que têm uma população combinada de mais de 500 mil habitantes.
A caldeira vulcânica é pontilhada por 24 crateras, e o vulcão é muito maior que o vizinho Vesúvio, que destruiu a antiga cidade romana de Pompéia no ano 79 D.C.
O país foi abalado por mais de 1.100 terremotos somente no último mês, incluindo um tremor de 4,0 graus na Escala Richter na segunda-feira e um terremoto de magnitude 4,2 na semana passada -- o mais forte na área nas últimas quatro décadas.
Especialistas dizem que o aumento da atividade sísmica está provavelmente ligado a um fenômeno conhecido como bradisseísmo, quando a Terra sobe ou desce, dependendo do ciclo, causado pelo enchimento ou esvaziamento de câmaras magmáticas subterrâneas.
Não há uma ameaça iminente de erupção, dizem a maioria dos vulcanologistas, mas com o solo subindo atualmente 1,5 cm por mês, há preocupação com o impacto nos edifícios locais.
O ministro italiano da Proteção Civil, Nello Musumeci, disse esta semana que as desocupações só seriam efetuadas em caso de "extrema necessidade".