TÓQUIO (Reuters) - O Japão admitiu pela primeira vez que um funcionário da usina nuclear de Fukushima, destruída por um terremoto e um tsunami há mais de sete anos, morreu por exposição à radiação.
Um tremor de magnitude 9,0 atingiu o Japão em março de 2011, desencadeando um tsunami que deixou cerca de 18 mil mortos e provocando o pior desastre nuclear do mundo desde Chernobyl.
Na sexta-feira, o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar determinou o pagamento de indenização à família de um homem de 50 e poucos anos que morreu de câncer no pulmão, disse uma autoridade à Reuters por telefone.
O funcionário passou a carreira trabalhando em usinas nucleares por todo o Japão e trabalhou na usina Fukushima Daiichi, operada pela Tokyo Electric Power, ao menos duas vezes depois de março de 2011.
Ele foi diagnosticado com câncer em fevereiro de 2016, segundo a autoridade.
Anteriormente, o ministério havia descartado a exposição à radiação como causa das doenças de outros quatro funcionários de Fukushima, disse a autoridade, acrescentando que esta foi a primeira morte.
Mais de 160 mil pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas após o derretimento de reatores nucleares da usina.
Centenas de mortes foram atribuídas ao caos da retirada de pessoas durante a crise e ao sofrimento e trauma mental que os refugiados vivenciaram desde então, mas o governo disse que a radiação não era a causa.
A Tokyo Electric enfrenta uma série de pedidos de indenização pelo desastre.
(Por Osamu Tsukimori)