Por Ju-min Park e David Brunnstrom
TÓQUIO/WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos e o Japão expressaram, nesta sexta-feira, em termos inequívocos, uma preocupação contundente com o poder crescente da China e prometeram trabalhar juntos contra as tentativas de desestabilizar a região.
Os comentários dos dois aliados, publicados em um comunicado conjunto após uma reunião virtual entre seus ministros de Defesa e Relações Exteriores, sublinham como um alarmismo cada vez maior em relação à China --e tensões crescentes em relação a Taiwan-- colocaram o papel do Japão no setor de segurança em foco.
Os ministros expressaram preocupações sobre as iniciativas da China para "prejudicar a ordem fundamentada em regras" representam "desafios políticos, econômicos, militares e tecnológicos para a região e para o planeta", segundo a nota.
"Eles decidiram trabalhar em conjunto para impedir, e, se necessário, responder às atividades desestabilizantes na região", diz o documento.
Os ministros também disseram que tinham "preocupações sérias e contínuas" com os abusos de direitos humanos nas regiões chinesas de Xinjiang e Hong Kong, e ressaltaram a importância da paz e da estabilidade no estreito de Taiwan.
Em uma cúpula separada na quinta-feira, Japão e Austrália assinaram um acordo de cooperação defensiva.
A China apresentou representações severas para os três países.
"Nós deploramos e fazemos firme oposição à interferência grave nos assuntos internos da China por EUA, Japão e Austrália e a fabricação de informações falsas para manchar a China e prejudicar a solidariedade e confiança mútua de países da região", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês Wang Wenbin em um briefing diário em Pequim.
(Reportagem de David Brunnstrom, Dan Whitcomb, Rami Ayyub, Ju-min Park e Kiyoshi Takenaka; reportagem adicional de Martin Pollard)