Por Kiyoshi Takenaka e Mari Saito
KURASHIKI, Japão (Reuters) - Funcionários municipais do oeste do Japão enfrentaram dificuldades nesta sexta-feira para restaurar o fornecimento de água, uma semana depois de enchentes causadas por chuvas recordes que mataram mais de 200 pessoas no pior desastre deste tipo em 36 anos.
Comunidades que na semana passada enfrentaram a elevação das águas agora se veem sujeitas a temperaturas de verão muito acima dos 30 graus Celsius, enquanto pilhas de lixo se acumulam em ruas enlameadas.
"Precisamos que o fornecimento de água volte", disse Hiroshi Oka, morador de 40 anos que ajudava a limpar o distrito de Mabi em uma das áreas mais atingidas, a cidade de Kurashiki, onde mais de 200 mil casas estão sem água há uma semana.
"O que estamos recebendo é um fio de água, e não podemos usar as descargas ou lavar as mãos", acrescentou diante de um galão de plástico de 20 litros só parcialmente cheio depois de quase quatro horas de espera.
A água já voltou em algumas partes do distrito, disse uma autoridade da prefeitura à Reuters, que não soube dizer quando as operações serão normalizadas, já que os engenheiros estão tentando localizar rompimentos nas tubulações.
Mais de 70 mil militares, policiais e bombeiros se mobilizaram para lidar com as consequências das enchentes. Houve 204 mortes, disse o governo, e dezenas de pessoas estão desaparecidas.
Era possível ver grandes pilhas de tatamis, cadeiras e estantes através de Mabi. O cheiro de gasolina derramada, misturado a um odor azedo de lama e destroços, preenchia o ar.
O clima despertou o temor de que moradores, muitos ainda em centros de acolhimento temporários, possam sofrer de insolação ou doenças, já que a situação de higiene está se deteriorando.
(Reportagem adicional de Kaori Kaneko)