Por Nidal al-Mughrabi e Dan Williams
GAZA/JERUSALÉM (Reuters) - O grupo militante palestino Jihad Islâmica e Israel declararam uma suspensão das hostilidades na fronteira da Faixa de Gaza nesta quinta-feira, mas um cessar-fogo duradouro parece improvável, uma vez que os dois lados discordaram sobre os termos da trégua.
A Jihad Islâmica disse que uma trégua mediada pelo Egito entrou em vigor à 1h30 da madrugada (horário local), cerca de 48 horas depois de Israel desencadear a troca de disparos ao matar o principal comandante militar da facção apoiada pelo Irã em Gaza, em um ataque aéreo, por considerá-lo uma ameaça iminente.
Seguiram-se algumas horas de calma. Depois testemunhas de Gaza viram cinco foguetes sendo lançados, e sirenes tocaram em cidades fronteiriças israelenses. Não houve relato de baixas. Os militares de Israel disseram que dois foguetes foram derrubados pelo sistema de defesa aérea Domo de Ferro.
Autoridades médicas de Gaza estimaram o saldo total de mortes de dois dias de combates em 34 palestinos, quase metade deles civis, incluindo oito crianças e três mulheres.
Centenas de disparos de foguetes de militantes paralisaram a maior parte do sul de Israel e atingiram até Tel Aviv, no norte, fazendo milhares de pessoas procurarem abrigos. Dezenas de israelenses ficaram feridos.
O Hamas, a facção dominante de Gaza, pareceu ficar de fora desta rodada de combates, o que pode ter ajudado a conter a escalada.
A Jihad Islâmica disse que Israel aceitou sua exigência de interromper tanto os assassinatos de militantes visados quanto os disparos às vezes fatais do Exército contra os protestos semanais dos palestinos na fronteira de Gaza.
"O cessar-fogo começou sob patrocínio egípcio depois que a ocupação (Israel) se submeteu às condições estabelecidas pela Jihad Islâmica em nome das facções palestinas de resistência", disse o porta-voz da Jihad Islâmica, Musab Al-Braim.
Mas Israel disse que a reciprocidade será limitada. "Calma será respondida com calma", disse o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, à Rádio do Exército.
No incidente mais mortífero dos dois dias de hostilidades, oito membros de uma família de Gaza foram mortos por um ataque de míssil israelense pouco antes de a trégua entrar em vigor, disseram autoridades médicas e moradores.
Estes disseram que todos eram civis, mas o porta-voz dos militares de Israel, coronel Avichay Adraee, disse que o chefe da família, Rasmi Abu Malhous, que estava entre os mortos, era o comandante da equipe de lançamento de foguetes da Jihad Islâmica no centro da Faixa de Gaza.