Por Ellen Wulfhorst
NAÇÕES UNIDAS (Thomson Reuters Foundation) - A jogadora Marta foi nomeada embaixadora da boa vontade pela ONU Mulheres, que disse que a brasileira usará sua fama para promover a igualdade de gênero e combater os estereótipos, especialmente no esporte.
O esporte pode ser uma maneira importante e muitas vezes inexplorada para capacitar meninas e mulheres, embora elas sejam sub-representadas e mal pagas em comparação com os homens, disse a agência da ONU em seu anúncio.
A nomeação da brasileira acontece em meio ao fervor mundial pelo futebol, com a final da Copa do Mundo disputada no domingo entre França e Croácia.
Marta é a maior artilheira da Copa do Mundo Feminina da Fifa e foi integrante de destaque das equipes do Brasil que conquistaram medalhas de prata nas Olimpíadas de 2004 e de 2008.
Agora com 32 anos, ela joga no The Orlando Pride na Liga Nacional Feminina de Futebol dos Estados Unidos.
"O esporte é uma linguagem universal; nos inspira e nos une enquanto aumenta nossos limites", disse Phumzile Mlambo-Ngcuka, diretora executiva da ONU, em um comunicado.
"Estamos ansiosos para trabalhar de perto com Marta para trazer o poder transformador do esporte para mais mulheres e meninas, e para construir rapidamente a igualdade."
O esporte ajuda a construir autoconfiança e habilidades de liderança, mas as mulheres e meninas enfrentam menos oportunidades, menos investimento e maior discriminação quando jogam, segundo a ONU Mulheres.
A agência da ONU citou uma pesquisa de salários de 2017 da Sporting Intelligence - uma fonte de notícias e dados online - mostrando que as atletas de elite recebem em média 1 por cento do que os homens de elite ganham.
"Eu sei, pela minha experiência de vida, que o esporte é uma ferramenta fantástica para o empoderamento", disse a alagoana Marta em um comunicado.
"Através do esporte, mulheres e meninas podem desafiar normas socioculturais e estereótipos de gênero e aumentar sua auto-estima, desenvolver habilidades de vida e liderança", acrescentou.