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Republicanos reelegem Mike Johnson como presidente da Câmara dos EUA, apesar de dissidência

Publicado 03.01.2025, 15:47
Atualizado 03.01.2025, 17:50
© Reuters. Deputado republicano Mike Johnsonn03/01/2025nREUTERS/Elizabeth Frantz

Por Bo Erickson e Richard Cowan e Katharine Jackson

WASHINGTON (Reuters) - O atual presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Mike Johnson, foi reeleito nesta sexta-feira para chefiar a Casa após uma longa votação que destacou as persistentes divisões entre os republicanos, partido do presidente eleito Donald Trump, no Capitólio.

Johnson aparentava que ficaria aquém da maioria que precisava para manter seu cargo em uma votação nominal que demorou uma hora, mas dois oponentes republicanos mudaram seus votos para apoiá-lo depois de mais de meia hora de negociações. Ele obteve a reeleição com 218 votos, o número mínimo necessário.

Os republicanos controlam a Casa por uma estreita maioria de 219 a 215 cadeiras.

A votação foi um teste inicial da capacidade do partido de se manter unido para fazer avançar a agenda de Trump de cortes de impostos e maior fiscalização das fronteiras. O pleito também testou a influência do próprio Trump no Capitólio, com alguns republicanos já tendo demonstrado disposição de enfrentá-lo.

Nos últimos dois anos, divisões internas marcaram os republicanos na Câmara dos Deputados. Johnson só virou presidente após o partido derrubar seu antecessor, Kevin McCarthy, no meio de seu mandato.

Membros do Congresso circularam pela Câmara por mais de meia hora após o fim da votação, enquanto Johnson e seus aliados tentavam convencer os resistentes.

Um fotógrafo da Reuters capturou uma imagem da deputada Marjorie Taylor Greene, que votou em Johnson, falando em seu iPhone com o nome Susie Wiles – nova chefe de Gabinete de Trump – visível na tela.

Em 2023, a Câmara precisou de 15 rodadas de votação e quatro dias para eleger McCarthy.

Parlamentar pelo Estado da Louisiana, o discreto presidente tem 52 anos e foi alçado da obscuridade para um dos cargos mais poderosos de Washington em outubro de 2023, após três semanas de turbulência, quando os republicanos forçaram McCarthy a deixar o cargo e tiveram dificuldade para chegar a um acordo sobre um sucessor. Advogado, cristão conservador, ele surgiu como nome de consenso, mas desde então tem lutado para manter seu partido unido.

Ele tentou então se aproximar de Trump, que declarou o seu apoio à reeleição na segunda-feira, após semanas de incertezas.

"Uma vitória de Mike hoje será uma grande vitória para o Partido Republicano", disse Trump em uma postagem nesta sexta-feira. O presidente eleito retorna à Casa Branca no dia 20 de janeiro.

No cargo que é o segundo da linha sucessória à Presidência, depois do vice-presidente, Johnson terá muito trabalho pela frente. Além de assumir a ampla agenda legislativa de Trump, o Congresso precisará analisar o tema do teto da dívida do país ainda este ano.

O governo federal tem mais de 36 trilhões de dólares em dívidas, e muitos republicanos do Congresso devem exigir cortes significativos de gastos.

© Reuters. Deputado republicano Mike Johnson
03/01/2025
REUTERS/Elizabeth Frantz

Nesta sexta-feira, os republicanos também foram empossados em sua nova maioria de 53 a 47 no Senado, e o senador John Thune será o novo líder do partido na Casa, sucedendo Mitch McConnell, que está se afastando da liderança mas mantendo o mandato de senador.

O Congresso deve se reunir na segunda-feira para certificar a vitória de Trump na eleição presidencial, algo que não pode ser feito sem um presidente da Câmara.

(Reportagem de Bo Erickson, Richard Cowan e Katharine Jackson)

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