NOVA YORK(Reuters) - O New York Daily News, tabloide nova-iorquino de 99 anos, está demitindo metade de sua equipe editorial, enquanto jornais norte-americanos continuam lutando com o declínio da receita publicitária e de leitores, disse na segunda-feira.
Os cortes no jornal diário ganhador do Prêmio Pulitzer, conhecido pelas manchetes de primeira página e por enfrentar os poderosos da cidade, incluindo o empreendedor imobiliário Donald Trump, muito antes de ser eleito presidente do país, atraíram críticas de leitores e políticos.
A dona Tronc disse que os cortes têm o objetivo de tornar o papel um concorrente mais forte online.
"Estamos reduzindo hoje o tamanho da equipe editorial em aproximadamente 50 por cento e reorientando grande parte do nosso talento em notícias de última hora - especialmente nas áreas de criminalidade, justiça civil e responsabilidade pública", disse Tronc em memorando para a equipe.
O Daily News empregou cerca de 85 jornalistas antes do anúncio, segundo o rival New York Post, de propriedade da News Corp. Funcionários aos prantos foram vistos saindo do prédio ao meio-dia.
A indignação com os cortes chegou às mídias sociais.
"Não é segredo que eu tenho discordado de tempos em tempos do Daily News", disse o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, no Twitter. "Mas a decisão gananciosa de Tronc de destruir a redação é ruim para o governo e um desastre para Nova York. A Tronc deveria vender o jornal para alguém comprometido com o jornalismo local".
O Daily News, que ganhou 11 prêmios Pulitzer ao longo de sua história, alcançou o seu pico de circulação nos dias a semana de 2,4 milhões em 1947 e uma vez vendeu mais cópias do que qualquer outro jornal nos Estados Unidos. Mas isso despencou para 200 mil na época em que a Tronc comprou o jornal por um dólar em 2017.
As demissões em Nova York são as mais recentes de uma série de cortes nas propriedades da Tronc. Em abril, a empresa demitiu várias dezenas de funcionários do Los Angeles Times, um mês após cortes em sua principal unidade, o Chicago Tribune.
(Por Barbara Goldberg)