Por Cassandra Garrison
BUENOS AIRES (Reuters) - Um juiz argentino que avalia uma ação da Human Rights Watch contra o príncipe saudita Mohammed bin Salman pediu ao Ministério do Exterior nesta quarta-feira para buscar informações na Turquia, no Iêmen e no Tribunal Penal Internacional.
O gabinete do juiz federal Ariel Lijo confirmou à Reuters o pedido horas depois de o príncipe ter chegado a Buenos Aires para a cúpula dos países do G20.
A Human Rights Watch havia pedido à Argentina na segunda-feira para que o país usasse uma cláusula constitucional sobre crimes de guerra e investigasse o suposto envolvimento do príncipe em possíveis crimes contra a humanidade no Iêmen, onde a Arábia Saudita realiza campanha militar, e na morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi.
A Arábia Saudita diz que o príncipe, o governante de fato do reino, não tinha conhecimento prévio sobre o assassinato de Khashoggi no consulado saudita em Istambul em outubro.
Um representante do gabinete do promotor federal que trabalha com o juiz Lijo no caso afirmou à Reuters que estava ainda avaliando o pedido da organização de direitos humanos e que não havia sido ainda tomada uma decisão sobre uma investigação.
O assassinato de Khashoggi, colunista do Washington Post e crítico do príncipe, afetou as relações da Arábia Saudita com o Ocidente e a imagem do príncipe no exterior.
O príncipe Mohammed chegou a Buenos Aires vindo da Tunísia, onde manifestantes protestaram pela morte do jornalista. Ele foi recebido em Buenos Aires pelo ministro do Exterior, Jorge Faurie.
Países ocidentais também pedem o fim da campanha militar saudita no Iêmen, uma vez que piora a crise humanitária no país.
A reunião dos líderes do G20 começa na sexta-feira.
(Reportagem de Cassandra Garrison em Buenos Aires, reportagem adicional de Maximillan Heath)